Embora a terceira parte do livro seja realmente uma continuidade da poesia sonhadora e sentimental da primeira nela encontramos um poema que foi considerado por Antonio Candido “um dos mais fascinantes e bem compostos de Álvares de Azevedo.
Deixemos que o próprio Antonio Candido nos explique esse poema: À vista de certos traços de auto-erotismo na obra de Álvares de Azevedo, o fato de a espada ser representada na mão do cavaleiro leva a pensar numa fantasia onírica de cunho masturbatório. (...) Esta leitura simbólica é confirmada por outros traços que completam o quadro, porque se ligam ao orgasmo, como “olhos ardentes” (verso 4) “gemidos nos lábios frementes” (verso 5), e quem sabe o fogo metafórico, talvez seminal, que arde no coração e dele transborda (verso 6). (...) Sendo assim, os elementos macabros estariam compondo com estes, de maneira peculiar, o par romântico amor e morte.
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